segunda-feira, 15 de outubro de 2012

Nelson Rodrigues 100 anos




O SESI-SP apresenta a exposição Nelson Rodrigues 100 anos sobre a obra do escritor Nelson Rodrigues (1912-1980), no Centro Cultural Fiesp – Ruth Cardoso. Com curadoria de Ruy Castro, a mostra está instalada em 140 m², a caminho do foyer do Teatro do SESI São Paulo, e revela as várias faces desse homem que deixou marcas no teatro, no jornal, no cinema, na televisão e no futebol. A iniciativa é mais uma homenagem do SESI-SP ao centenário de nascimento do dramaturgo.
A exposição convida o público a um mergulho no universo de Nelson Rodrigues por meio de suas obras. São apresentados retratos de Nelson Rodrigues em diferentes épocas e situações de sua carreira, as primeiras edições de muitos de seus livros, uma seleção com mais de cem frases marcantes do jornalista e áudios de histórias da série A Vida como Ela É... interpretadas pelo elenco da Rádio Nacional.
Nelson Rodrigues enfrentou muitos obstáculos, foi perseguido, censurado, proibido, incompreendido. Legítimo representante daquela classe de gênios reconhecidos apenas pelas gerações futuras, Nelson e sua obra recebem atualmente o devido reconhecimento na cultura brasileira, o que demonstra que, ao contrário do que ele pensava, nem toda unanimidade é burra. A mostra promete surpreender até mesmo os que já conhecem a vasta produção do escritor.

DESTAQUES
Entre os destaques, há um filme raro dirigido por João Bethencourt (1924-2006). O vídeo, encontrado pelo historiador Carlos Fico no Arquivo Nacional dos EUA, recupera cenas do cotidiano de Nelson em casa e na redação, em 1968, aos 56 anos.
Vestido de Noiva, a peça que revolucionou o teatro moderno brasileiro, é apresentada em grande painel com texto e imagens que evocam o cenário da montagem original: um hospital. Na voz do escritor Ruy Castro, Nelson continua a falar com o visitante que ouve suas frases emblemáticas ao longo da exposição. O Nelson desportista, tricolor fanático, aparece torcendo no estádio do Maracanã, numa foto; em outra, apresenta-se ao lado dos companheiros do programa esportivo Grande Resenha Facit, primeira mesa-redonda de futebol da TV Globo, um sucesso da emissora exibido de setembro de 1966 a janeiro de 1971. Eclético, também atuava como ator, e a mostra revela Nelson em cena na peça Perdoa por me Traíres.
O autor, muitas vezes provocador, mostrou A Vida como Ela É. Histórias de ciúme, dilemas morais, inveja, adultério e morte foram passando, a partir de 1950, das páginas do jornal Ultima Hora para programa de rádio, filme, peça de teatro e série de televisão. Em fotonovelas digitalizadas, o visitante pode folhear virtualmente edições raras de 1960, e ver dois dos episódios dos sucessos Véu de Noiva e O Justo.
A exposição ainda apresenta imagens de encenações antológicas do dramaturgo: a primeira montagem de Vestido de Noiva, no Teatro Municipal do Rio de Janeiro, dirigida pelo exigente polonês Zbigniew Marian Ziembinski, em 1943, e imagens de outras produções, como a tragicomédia carioca O Beijo no Asfalto, com Fernanda Montenegro, escrita a pedido da atriz, em 1960.
O ilustrador Marcelo Monteiro, seu antigo parceiro no jornal O Globo, criador dos inesquecíveis Sobrenatural de Almeida, Gravatinha e a Grã-Fina das Narinas de Cadáver, desenhou dez personagens rodriguianos especialmente em cores para esta exposição.
Em aparelhos de MP3, os visitantes ouvem os contos O Monstro e A Noiva da Morte, interpretados pelo elenco da Rádio Nacional, em gravações de 1960.
Esse caminho de passagem – e não seria de outra forma – termina no foyer do Teatro do SESI São Paulo com uma surpresa: um painel gigantesco com a reprodução da primeira página do jornal Ultima Hora, concebida pelo artista gráfico Hélio de Almeida, que trabalhava no jornal na mesma época de Nelson.


Local:Térreo Inferior do Centro Cultural Fiesp – Ruth Cardoso (av. Paulista, 1.313 - Metrô Trianon-Masp)

De 11 de outubro a 16 de dezembro de 2012
todos os dias das 11h às 21h, com entrada até 20 minutos antes do fechamento

Entrada Franca



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