sexta-feira, 23 de agosto de 2013

Avenida Q
Avaliação – ótimo
Chega ao fim esse fim de semana a temporada do musical Avenida Q.

Quer se divertir não perca essa última oportunidade, com excelentes atores, o musical  encanta do início ao fim, com ótimas canções o espetáculo fala de preconceito , racismo  , sem cair no superficial, pelo contrário, não tem medo de mostrar de forma clara assuntos tão antigos mas que infelizmente ainda é pautado por uns Felicianos da vida.

Irreverente e com muito humor , os bonecos manipulados pelos atores parecem ganhar vida própria com essa história envolvente , onde as relações humanas é o mais importante.

Não  se engane ao ver os fofos bonecos, eles são e falam o que muitos tem vontade de ser e dizer mas não tem coragem.

Ficha técnica:
Letras e Musicas Robert Lopez e Jeff Marx
Texto Jeff Whitty
Baseado na idéia Original deRobert Lopez e Jeff Marx
Versão Brasileira Claudio Botelho
Direção Original Charles Möeller
Direção Geral Christina Trevisan
Direção Musical e Preparador Vocal Adriano DiSidney

Serviço
Temporada: até 25 de agosto
Horários: sábados e domingos, às 16h.
Classificação etária: Indicado para maiores de 14 anos
Duração: 2h15
Preços: R$ 40,00 inteira e R$20,00 meia entrada
Local: Teatro Sergio Cardoso – Sala Sergio Cardoso
Rua Rui Barbosa, 153 – Bela Vista – SP (11) 3288 0136

Por problemas no blog essa postagem ficou sem fotos.

sexta-feira, 16 de agosto de 2013

DOIDAS E SANTAS

DOIDAS E SANTAS
Classificação – Excelente

Doidas e Santa é baseado no livro de Martha Medeiros com adaptação excelente de Regiana Antonini.

Espetáculo que encantou mais de 130 mil cariocas agora encanta São Paulo.

O elenco não usa de artifícios para agradar ao público, interpretações convincentes, os atores sabem usar das simplicidades e complexidade do texto.

O tema separação , questões familiares estão sempre em questão e tem ótima aceitação com o público, quando o texto é bem escrito a resposta é imediata, texto leve e inteligente sem cair nas pieguices e clichês , a montagem consegue ser leve, divertida e muito provocativa, nos fazendo refletir.

Ernesto Piccolo soube conduzir lindamente esse elenco fantástico , que se delicia a cada cena .

Cissa Guimarães, Giusepe Oristanio e Josie Antello estão em ótima forma cênica, envolvidos do início ao fim nesse belo trabalho.

O teatro tem o poder de fazer divertir, questionar e ensinar, todos nós somos meios Doidas e Santas, e por isso mesmos não deixe de assistir esse belo espetáculo. 

DOIDAS E SANTAS

Teatro das Artes
Avenida Rebouças, 3970 – Shopping Eldorado, 3º piso

Sexta e Sábado às 21h30 | Domingo às 18h30

Ingressos: Sexta R$ 40 | Sábado R$ 80 | Domingo R$ 70

Duração: 95 minutos / Recomendação: 12 anos


Temporada: até 29 de setembro

terça-feira, 13 de agosto de 2013

À NOITE TODO GATO É PARDO

À NOITE TODO GATO É PARDO
Avaliação – Regular

impossível assistir a montagem e não encontrar semelhança no texto de Carlos Antônio Soares com a obra “Trais e Coçar é Só Começar”, claro que de uma maneira mais sem graça e todo obvio.

A direção de Ricardo Rizzo é tão sem graça quanto o texto, os atores seguem uma direção rígida, não demostram familiaridade e estão poucos a vontade , sempre com interpretações fora do tom. A voz do elenco é algo preocupante , pois é quase impossível em muitos momentos entender o que dizem, os atores não tem força na voz , falta projeção e não conseguem dominar um teatro grande, a casa tem uma excelente acústica, falta mesmo é um bom preparo.

Como nem tudo esta perdido temos os atores Guilherme Chellucci e Alessandra Venansi. O ator encontra em seu peão uma sensualidade e graça, enquanto a atriz salva literalmente a montagem , tirando a mesmice e nos deliciando com sua divertida empregada. O que falta nos atores é o principal, tempo para comédia, não adianta decorar um texto , fazer uma micagem e achar que todos vão gostar.

Dizem que a noite todo gato é pardo..... Cuidado ,não caia nessa armadilha. 

Teatro Shopping Frei Caneca
Rua Frei Caneca, 569 - 7º Andar
Informações: (11) 3472-2229 e 3472-2230
Bilheteria: de terça à quinta, das 13h às 19h; de sexta a domingo, das 13h até o início do espetáculo.
Vendas: (11) 4003.1212 / www.ingressorapido.com.br
 Ingressos: R$ 70
Quartas e Quintas às 21h
Duração: 85 minutos.
Recomendação: 14 anos
Curta Temporada: até 29 de agosto


quarta-feira, 7 de agosto de 2013

FIM OU ATÉ BREVE

FIM OU ATÉ BREVE 

A Abril Mídia divulgou hoje, oficialmente, o fim da revista BRAVO! em todas as plataformas. A publicação – uma das únicas no país dedicada exclusivamente às artes, onde trabalhei entre agosto de 2005 e julho de 2013, como editor-sênior e redator-chefe – nasceu em outubro de 1997. Estava, portanto, à beira de completar 16 anos. Foi criada numa pequena editora de São Paulo, a D’Ávila, já extinta, e migrou para o grupo Abril em janeiro de 2004. Quando chegou à seara dos Civita, desfrutava de prestígio, mas padecia de má saúde financeira. Não sei dizer quanto dava de prejuízo à época. Só sei que, na Abril, o quadro não se alterou substancialmente, mesmo quando o título adotou uma linha editorial um pouco mais pop, um pouco menos “cabeça” que a de origem.

Com todos os defeitos que pudesse ter – e que realmente tinha, à semelhança de qualquer publicação –, BRAVO! não perdeu o respeito do meio cultural. Havia divergências de vários artistas e intelectuais em relação à revista. Os próprios jornalistas que passaram pela redação nem sempre concordavam 100% com a filosofia do título, ditada obviamente pelos donos. Uns o acusavam de conservador, outros de elitista, superficial ou condescendente demais. Mas havia também muita gente boa que gostava de nossas edições. O fato é que mesmo os opositores jamais recusaram sair nas páginas de BRAVO!. Quem trabalhava para a publicação raramente ouvia um “não” quando fazia pedidos de entrevista. Até Chico Buarque, famoso por se expor pouquíssimo na mídia, topou protagonizar uma capa junto de Caetano Veloso (deixou-se fotografar, mas não abriu a boca, convém lembrar). Todos, de um modo geral, reconheciam que a publicação buscava primar pela seriedade.

Mesmo assim, em termos comerciais, BRAVO! nunca gerou lucro – pelo menos, não na Abril (como disse, desconheço os números da D’Ávila). A revista, embora contasse com o apoio da Lei Rouanet, operava no vermelho. Em bom português, dava prejuízo – ora de mihões, ora de milhares de reais. Por quê? Vejamos:

1) BRAVO! dispunha de poucos leitores? Sim e não. A revista contava com cerca de 20 mil assinantes e 8 mil compradores em bancas e supermercados. Vinte e oito mil pessoas, portanto, adquiriam a publicação mensalmente. Se levarmos em conta os parâmetros do mercado publicitário, cada exemplar tinha, em média, quatro leitores. Ou seja: uma edição atingia algo como 112 mil pessoas. No Facebook, a publicação contava com 53.600 seguidores e, no Google +, com 30.900. Eram índices desprezíveis? Depende. Em comparação com revistas de massa, a maioria editada pela própria Abril, os números de BRAVO! nem chegavam a fazer cócegas. Mas, considerando que o título se voltava para um nicho relativamente restrito, o da alta cultura mais sofisticada, as cifras não parecem tão ruins. Em geral, BRAVO! falava sobre manifestações artísticas que, mesmo se destacando pela qualidade, não atraíam público quantitativamente significativo. A revista dedicava quatro, seis, oito páginas para filmes como "Tabu", do português Miguel Gomes, exposições como a retrospectiva de Waldemar Cordeiro no Itaú Cultural, livros como "O Erotismo", de Georges Bataille, peças como "A Dama do Mar", de Bob Wilson, e espetáculos de dança como "Claraboia", de Morena Nascimento. Procure saber quantas pessoas viram tais filmes, mostras e espetáculos ou leram tais livros. Cinco mil, 10 mil, 20 mil? Como BRAVO! poderia ter zilhões de leitores se o universo que retratava não tem zilhões de consumidores? A publicação, por sua natureza, enfrentava o mesmo problema que amargam todos os artistas do país dispostos a correr na contramão dos blockbusters.

2) BRAVO! perdeu leitores em papel com o avanço das mídias digitais? Perdeu, seguindo uma tendência internacional. A perda, no entanto, não se revelou tão expressiva e ocorreu num ritmo menor que o de diversos títulos.

3) Era mais caro imprimir a BRAVO! do que outras revistas? Sim, bem mais caro, por causa de seu formato e de seu papel, ambos incomuns no mercado.

4) BRAVO! tinha poucos anúncios? Sim. Raramente, a publicação cumpria as metas da Abril nesse quesito. O motivo? Falhas internas à parte, os grandes anunciantes costumam demonstrar pouco interesse por títulos dedicados à “alta cultura”. “O leitor de revistas do gênero, sendo mais crítico, tende a frear os impulsos consumistas”, explicam os publicitários, nem sempre com essas palavras. Pela mesma razão, tantos cantores, artistas visuais, produtores de teatro e bailarinos encontram sérias dificuldades para captar patrocínio.

A soma de tais fatores tornava BRAVO! deficitária. Ao longo dos anos, tentaram-se diversas medidas para estancar o sangramento. O número de páginas da revista diminuiu de 114 para 98; as datas em que a publicação rodava na gráfica da Abril se alteraram algumas vezes com o intuito de reduzir os custos de impressão (é mais barato imprimir em certos dias do mês que em outros); a redação encolheu; os projetos gráfico e editorial sofreram ajustes; criaram-se ações de marketing pontuais na esperança de aumentar a receita publicitária. Cogitou-se, inclusive, mudar o papel e o formato de BRAVO!. O publisher Roberto Civita (1936-2013), porém, sempre vetou a alteração. Acreditava que fazê-la descaracterizaria em excesso a revista.

A Abril poderia ter insistido um pouco mais? Pecou por não descobrir jeitos inovadores de sustentar a publicação? É difícil responder – em especial, a segunda pergunta. A crise está instalada na imprensa de todo o mundo. Gregos e troianos dizem que a mídia tradicional precisa se reinventar. Eu também digo. Mas qual o caminho das pedras? Não sei. No máximo, posso arriscar uns palpites. E seguir investigando, e seguir apostando. O mesmo vale para os empresários da comunicação.

Gostaria que a edição de agosto não fosse a última de BRAVO!. Entristeço-me com o fim da publicação porque aprecio muitíssimo a arte. Filmes, livros, peças, músicas, instalações, pinturas, balés e quadrinhos me ensinaram mais sobre viver do que a própria vivência. No entanto, não bancarei o viúvo rancoroso. Não lamentarei a baixa escolaridade do brasileiro, o pragmatismo dos publicitários e dos patrões, o advento da revolução digital. Tampouco abdicarei de minhas responsabilidades frente aos erros e acertos da revista. Fiz e ainda faço parte do complexo jogo em que a mídia se insere. Procuro encará-lo com amor, senso crítico e serenidade. Nem sempre consigo, mas...

De resto, queria agradecer tanto à Abril quanto a todos os leitores e profissionais (artistas, editores, repórteres, críticos, ensaístas, designers, ilustradores, fotógrafos, assessores de imprensa, executivos, vendedores, secretárias, motoristas e motoboys) que tornaram possível tão longa e inesquecível jornada.

Texto - 
  Armando Antenore.

Abaixo, a capa de nossa última edição,